Brasil em transformação

Imposto Seletivo é um "Frankenstein" para a mineração, avalia Jungmann

Presidente do Ibram considera que texto da reforma tributária apresenta problemas políticos, jurídicos e legislativos

 10.06.2025. Mariana Campos/CB/D.A Press. Brasil em Transformação. Raul Jungmann. -  (crédito:  Mariana Campos/CB/D.A Press)
10.06.2025. Mariana Campos/CB/D.A Press. Brasil em Transformação. Raul Jungmann. - (crédito: Mariana Campos/CB/D.A Press)

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, disse que o texto que estabelece a criação do Imposto Seletivo (IS) – também chamado de “imposto do pecado” – no âmbito da reforma tributária é um “Frankenstein” político, jurídico e legislativo para o setor de mineração no país. A declaração foi feita durante o evento Brasil em transformação: mineração no Brasil e no exterior, realizado pelo Correio Braziliense, nesta terça-feira (10/6).

Na visão do ex-ministro da Defesa, há um problema político no que ele considerou ser um “tiro no peito” em um dos principais produtos exportados pela indústria extrativa do país, que é o minério de ferro. Além disso, também citou um desafio jurídico por causa de um item do texto que afirma que a cobrança será realizada a partir da extração dos minerais.

“Extração não é bem comercial. Não tem como você tributar algo que não é um bem, porque mesmo que você exporte o mineral em bruto, ele tem que ar por toda uma cadeia de físico, químico, de manipulação, de refinamento e assim por diante, para se tornar em um bem comercializável e sobre o qual você possa estabelecer um imposto”, sustentou.

Jungmann ainda destacou que o artigo incorre em problemas legislativos, por ser definido por uma lei complementar, ou seja, por um dispositivo infraconstitucional para um imposto especificado na Constituição Federal. O projeto foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês de janeiro, como Lei Complementar 214/2025.

“Então, também é um ‘frankenstein’ sobre esse aspecto, porque se nós derrubarmos o veto, como nós queremos e vamos lutar pela sua derrubada, ele vai permanecer na Constituição. Ele permanece na Constituição como espada sobre a nossa cabeça. Então, por isso é tão importante esse debate, mas também é importante que a gente esclareça essas questões”, acrescentou o presidente do Ibram.

postado em 10/06/2025 18:22
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