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Pesquisadora brasileira recebe ‘Nobel da Agricultura’ por revolução na produção de alimentos


A engenheira agrônoma brasileira Mariangela Hungria da Cunha foi laureada com o Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize, no original em inglês), honraria considerada o “Nobel da Agricultura”.

Por Flipar
Divulgação Embrapa

A premiação foi anunciada em 13/05, na sede da Fundação World Food Prize, em Des Moines, capital do estado americano de Iowa. A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá em outubro.

Divulgação/World Food Prize

Mariangela Hungria, que também é pesquisadora e professora universitária, foi reconhecida pela fundação por seu trabalho com insumos biológicos que transformaram a agricultura brasileira, apresentando alternativas sustentáveis aos fertilizantes químicos.

Divulgação World Food Prize

“É uma forma de levar uma imagem positiva da sustentabilidade no Brasil, de mostrar que a gente não é só devastação”, destacou a cientista.

- Reprodução do Instagram @embrapasoja

“Todo mundo dizia que não tinha futuro, que grandes produções só seriam possíveis com químicos e tudo mais. Mas a gente seguiu acreditando”, declarou a brasileira, referindo-se aos obstáculos que enfrentou para adotar técnicas sustentáveis de biotecnologia agrícola.

Reprodução do Instagram @embrapasoja

A brasileira é uma das pioneiras na proposta de fixação biológica (por bactérias) de nitrogênio como alternativa aos fertilizantes químicos, contribuindo para um processo agrícola sustentável.

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A estimativa é que suas pesquisas tenham gerado alternativas de técnicas adotadas em mais de 40 milhões de hectares cultivados no Brasil.

Reprodução do Youtube Canal Sociedade Nacional de Agricultura

Mariangela Hungria é a quarta brasileira a ser premiada com o chamado “Nobel da Agricultura”, a primeira mulher da lista. Em 2006, os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paulinelli foram agraciados juntamente com o norte-americano Colin McClung pela atuação para desenvolver a agricultura no Cerrado.

Divulgação World Food Prize

Cinco anos depois, em 2011, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu a premiação com John Kufuor, ex-presidente da Gana, na África, pela atuação de ambos no combate à fome em seus países.

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Idealizado pelo engenheiro agrÎnomo estadunidense Norman E. Borlaug (2014 - 2009), vencedor do Nobel da Paz de 1970, o Prêmio Mundial de Alimentação é concedido para contribuições individuais para a oferta e qualidade de alimentos no mundo. O premiado recebe 500 mil dólares e uma escultura do artista e designer nova iorquino Saul Bass.

Reprodução do Instagram @srp_oficial

Nascida em Itapetininga, cidade no interior de São Paulo, Mariangela viu a paixão pela ciência florescer ainda na infância, quando frequentava a escola em que sua avó dava aulas no curso de farmácia.

Reprodução do Youtube Canal Sociedade Nacional de Agricultura

'Ela fazia experiências comigo no quintal, me ensinava com paixão. Esse exemplo foi determinante para a minha trajetória', declarou a cientista, enaltecendo a influência da avó em sua carreira.

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Outro influência decisiva em sua caminhada foi a engenheira agrônoma Joana Döbereiner (1924 - 2000). Mariangela ingressou na Embrapa a convite da cientista.

Divulgação/Embrapa

Mariangela Hungria é formada em engenharia agrônoma pela Universidade de São Paulo (USP). Ela tem mestrado e doutorado em ciência do solo, além de ter feito pós-doutorados nos Estados Unidos e na Espanha.

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Ela atua desde 1991 como pesquisadora na Embrapa Soja, unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) destinada a desenvolver tecnologias e modelos para a produção de soja no país.

Reprodução do Youtube Canal Sociedade Nacional de Agricultura

Com mais de 500 publicações científicas, a pesquisadora foi incluída na lista da Forbes entre as mulheres mais influentes do agronegócio do mundo.

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Em fevereiro de 2025, ela foi anunciada uma das vencedoras do 1º Prêmio Mulheres e Ciência do CNPq.

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O trabalho de Mariangela Hungria notabiliza-se desde o início pelo foco na biotecnologia agricola, hoje adotada em larga escala e que traz grandes benefícios a pequenos produtores.

Reprodução do Youtube Canal Sociedade Nacional de Agricultura

'Essa luta de anos finalmente está dando frutos e pode servir de exemplo para outras cooperativas', declarou a cientista, ao falar dos trabalhos de bioinsumos voltados para agricultores familiares.

Reprodução do Youtube Canal Sociedade Nacional de Agricultura

Mariangela Hungria destacou também que o prêmio ajuda a dar visibilidade ao trabalho das mulheres na produção de alimentos. “É pela pesquisa brasileira e também pelo lado da mulher, porque as mulheres têm um papel incrível na produção de alimentos, que vai desde a agricultura familiar, praticada em sua maioria por mulheres, até a área da pesquisa, onde eu estou”, ressaltou.

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