
Após a realização do interrogatório do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e réu colaborador, Mauro Cid, que durou cerca de quatro horas, foi a vez do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ser ouvido no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista nesta segunda-feira (9/6).
Durante o interrogatório, Ramagem não negou que havia escrito documentos que questionavam as urnas eletrônicas, mas disse que tratavam-se apenas de "anotações privadas". Ele é acusado de utilizar a estrutura da Abin para espionar autoridades a mando de Bolsonaro, mas nega. "Nunca utilizei monitoramento algum pela Abin de qualquer autoridade. Ao contrário do que foi colocado em comunicação, nós não tínhamos a gerência de sistemas de monitoramento", disse durante o interrogatório.
Na noite desta segunda-feira, o juiz instrutor e relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o indagaram sobre a atuação no órgão e possível participação na tentativa de golpe de Estado. Ele afirmou que nunca enviou as "anotações" para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a conclusão do interrogatório do deputado, a Corte retoma nesta terça-feira (10) a partir das 9h com o interrogatório do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos. Após ele, estão previstos os interrogatórios, na seguinte ordem: Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (Casa Civil).
Tendo em vista que a audiência está marcada para acontecer até às 20h, Bolsonaro pode ser interrogado logo nesta terça-feira.