
O réu colaborador e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), Mauro Cid, voltou a afirmar na tarde de hoje (9/6), no Supremo Tribunal Federal (STF), que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, entregou a ele uma caixa de vinho com dinheiro para injetar a verba nas manifestações golpistas.
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Na ocasião, Mauro Cid foi procurado, em novembro de 2022, por um major do Exército (Oliveira) informando a ele que estava “precisando de dinheiro” para financiar as manifestações. “Queriam trazer pessoas do Rio de Janeiro, e ele me disse que queria R$ 100 mil, aí fui procurar o Braga Netto, que me orientou procurar o pessoal do partido (Partido Liberal/PL)”, comentou o réu colaborador em interrogatório da trama golpista.
Apesar da tentativa, o partido de Bolsonaro disse que não poderia apoiar as manifestações com recursos financeiros próprios. Cid então informou a Braga Netto que não havia conseguido o dinheiro com o PL. Foi aí que o general - preso preventivamente no Rio de Janeiro - entregou uma caixa de vinho para Cid, contendo um envelope com dinheiro, que ele reou para o major Oliveira no Palácio do Alvorada.
O colaborador informou que não sabia a origem do recurso e tampouco o valor do montante, mas acredita que pelo peso da entrega era menos do que R$ 100 mil, mas acredita que “provavelmente era o pessoal do agronegócio, para manter as manifestações dos quartéis”. Cid informou que soube do plano Punhal Verde e Amarelo apenas pela imprensa.
O ministro Luix Fux, que acompanha o interrogatório ao lado do juiz instrutor e relator do caso, Alexandre de Moraes, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Fux questinou Cid se ele tinha certeza que, embora não tivesse aberto o envelope, tem certeza de que se tratava de dinheiro. Braga Netto também será ouvido, por videoconferência.