
A princesa Kako de Akishino, integrante da família imperial japonesa, visitou a Universidade de Brasília (UnB) na manhã desta quinta-feira (12/6), com o objetivo de fortalecer os laços educacionais e culturais entre Brasil e Japão. Além disso, a visita faz parte da agenda oficial de celebração dos 130 anos de relações diplomáticas entre os dois países e teve como destaque o encontro com estudantes do Núcleo de Estudos Asiáticos (Neasia/UnB), que apresentaram trabalhos culturais à princesa em homenagem ao momento.
A princesa estava acompanhada por sua comitiva e pelo embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi. Representando a universidade, participaram da recepção a reitora Rozana Reigota Naves, o vice-reitor Márcio Muniz de Farias, o secretário de Assuntos Internacionais da Universidade de
Brasília, professor Gladston Luiz da Silva e gestores do Neasia. A visita teve como foco o fortalecimento das relações acadêmicas, culturais e diplomáticas entre os dois países.
Reitora da UnB, Rozana Naves destacou a importância da visita da princesa. “A Universidade de Brasília se sente muito honrada de receber a Princesa Kako nessa data. É uma visita importante no ano em que Brasil e Japão completam 130 anos de relações diplomáticas. O Distrito Federal tem uma comunidade japonesa importante que frequenta a Universidade como estudantes, temos professores japoneses, o importante núcleo de estudos asiáticos, além do curso de licenciatura em letras japonês. Então, é uma integração significativa”, afirmou ao Correio.
Durante o encontro, estudantes da UnB apresentaram performances artísticas e culturais inspiradas na cultura japonesa, em uma mostra do vínculo que a instituição mantém com o país asiático. A universidade também oferece o curso de Licenciatura em Letras — Japonês,
Rozana também reforçou o papel simbólico da visita. “A vinda da princesa representa um referencial para a nossa juventude. É uma mulher numa posição importante, participando de comemorações de grande relevância para a diplomacia. Poder integrar nossos estudantes a esse momento é de grande valor para a formação cidadã e internacional dos nossos jovens”, concluiu.
Em seu discurso de boas-vindas, a reitora enfatizou o papel do Japão como parceiro estratégico da UnB. “Reconhecemos o Japão como um parceiro estratégico no desenvolvimento científico, tecnológico e educacional. Por meio de projetos de pesquisa conjunta, programas de intercâmbio e cooperação internacional, nossas instituições compartilham conhecimento e formam pontes de entendimento entre culturas. Desejamos que esta visita à UnB seja uma oportunidade frutífera de diálogo, de celebração e de renovação do compromisso mútuo com a construção de um mundo mais justo, equitativo e inclusivo”, celebrou a reitora.
A visita também serviu como inspiração para os estudantes, que tiveram a oportunidade de mostrar o resultado de suas pesquisas e aprendizados no campo dos estudos asiáticos.
Entre os alunos que participaram das apresentações, o estudante João Marcelo Nascimento, de 29 anos, do curso de Letras — Japonês, destacou a emoção de interagir com a princesa. Segundo ele, a experiência gerou nervosismo, especialmente por ter sido conduzida em japonês. “Não é nossa língua materna, então bate uma apreensão na hora de mostrar os resultados dos nossos estudos, mas fiquei muito feliz com essa oportunidade. Não é todo dia que falamos com uma princesa”, relatou.
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João Marcelo foi o responsável por representar seu grupo durante o encontro, apresentando os motivos que levaram os colegas a estudar a língua japonesa. Para ele, a escolha pelo idioma vai além do interesse linguístico. “O japonês é uma língua muito diferente, que exige um envolvimento profundo com a cultura. Por não ser um idioma amplamente usado no mercado de trabalho, como o inglês ou o francês, é comum que os estudantes se dediquem por iração ou por algum hobby específico. É uma escolha movida pelo interesse genuíno nessa língua. Estou muito grato por ter tido essa oportunidade”, explicou.
O estudante também apresentou registros fotográficos de atividades ligadas à música tradicional japonesa, área de interesse dele. João Marcelo reforçou que o domínio da língua é essencial para uma compreensão mais aprofundada da cultura. “Se não fosse pela língua, não seria possível mergulhar da forma que considero necessária. É preciso ter responsabilidade com os conhecimentos que se compartilha sobre uma cultura tão distinta da nossa”, pontuou.